sexta-feira, 30 de outubro de 2009

05/12/2006
From: pai
To: me
"Voce tem razão, muita coisa nesta vida passa, mas tem algumas (como a saudade) que fazem sofrer... Que tal conversarmos no domingo sobre isto e muito mais?
Te amo...
beijos"

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mal sabia ele o quanto saudade faz sofrer.

para minha irmã mais velha




I won't feel blue like I always do 'cause somewhere in the crowd there's you

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

coisas imediatas

- ouvir mais música, ver mais filmes, ler mais páginas por minuto;
- comer menos porcarias, dar menos importância ao que os outros pensam, reclamar menos;
- inspirar o preto e expirar o azul antes de estressar, filtrando coisas ruins, pessoas ruins, circunstâncias ruins;
- fazer exercícios físicos;
- controlar a ansiedade e o medo de ficar sozinha com ela;
- ajudar as irmãs e amigas em dificuldade;
- ser feliz até o coração dizer chega (que nem quando dançamos até o pé gritar "chega!");
- aproveitar as mudanças pra aprender a ser mais otimista;
- olhar o mundo com olhos encantados e coração disparado (sempre!).

Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas não ter o seu lugar

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

pára o mundo que quero descer também

E daí que abro o orkut e dou de cara com esse grito por misericórdia:

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Oi, Vê
Sabe quando o mundo quer te engolir com todas as coisas e todas as pessoas exigindo que você seja perfeita e agrade todo mundo???? Quero que o mundo pare pra eu descer. Cansei de brincar, me sinto esgotada, não tenho mais vontade de nada, de trabalhar, de fazer exercício, de sair com amigos, de ficar com a família. Não acho mais nada disso interessante!!!
Tem dias que quero ficar na cama com o meu nadismo! Nada pra fazer, sem nada pra pensar...
Parei para pensar no que já fiz de interessante na vida: NADAAAAA! Me sinto incapaz, sinto que meus sonhos são muito grandes. Não quero mais.
:(
é isso...

M.

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Eu sei... eu sei.

Pára o mundo que quero descer


terça-feira, 27 de outubro de 2009

lembrete para alguém especial

Tenho por ela um carinho que não cabe no meu peito. Ela é alta, linda, doce e dona de um sorriso predador. Seus cabelos assumem sempre a forma de um camaleão, embora eu prefira a cor amarela da última vez em que a vi. Suas sardas deixaram de ser contáveis faz um tempo e sua capacidade de fazer amigos e captar os outros pelos olhos é imensa. Resumindo, ela é uma das minhas paixões.

Digamos que a vida já lhe reservou surpresas agradáveis e não tão agradáveis e, por isso, ela tende a achar que nada dá certo em sua vida e que existe uma conspiração para tirá-la do sério, deixá-la fraca e infeliz. Concordo que ela tem sido conduzida a situações de extremo limite, passando por coisas intensas e doídas -- como se estivesse sempre à prova e não estivesse conseguindo passar para outra fase da vida. Eu entendo, acredite. Todo mundo passa por isso, cada um de um jeito. Só que, como todas as pessoas especiais, ela está dentro do problema e não consegue enxergar a solução. Pois eu consigo.

O fato é que não se pontua uma escolha. Talvez a escolha de um livro, de uma balada, de um colega eventual, de uma roupa. Mas não se pontua uma escolha que nos conduz a escolhas definitivas. Por isso, eu a chacoalho para a vida e lhe aviso para que tenha cuidado com as escolhas vazias, com as circunstâncias e companhias que exigem atenção, com o sentimento momentâneo de euforia. Nem sempre essas coisas nos conduzem à felicidade duradoura. Tudo pode ser mais efêmero do que imaginamos.

E claro: nunca é demais lembrar-se de quem somos, de onde viemos, quais são nossas raízes, quem são nossos pais, irmãos e amigos de verdade. Preciso avisá-la que, munida de tudo isso, certamente ela não sentirá mais essa solidão quando está no meio de uma multidão e nem este vazio quando está cheia de coisas pra fazer.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"Always read something that will make you look good if you die in the middle of it"
P. J. O'Rourke aqui

sábado, 24 de outubro de 2009

she's right

(Miss Bingley) "- I am all astonishment. How long has she been such a favourite? - and pray when am I to wish you joy?

(Mr. Darcy) - That is exactly the question which I expected you to ask. A lady's imagination is very rapid; it jumps from admiration to love, from love to matrimony in a moment. I knew you would be wishing me joy".

em Pride and Prejudice, Jane Austen

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quem já não se imaginou casada com o Brad Pitt e pensando em como ficaria o próprio nome com o sobrenome dele põe o dedo aqui...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

10 bons motivos pra levantar amanhã

1) Porque tem uma mãe linda, duas irmãs de sangue, uma porção de irmãos no afeto e uma tonelada de infinitas e gordas saudades.
2) Porque ainda pode mudar de profissião (why not?) e escolher ser nuvem, médica ou escritora.
3) Porque não perdeu manias de quando era criança como a de separar roupas, cadernos, carros e pessoas por cores (prefere tudo o que é verde ou azul -- mas disso não sabe o porquê).
4) Porque espera que consiga tornar os quiproquós mais fáceis de resolver sem ansiedade crônica.
5) Porque um dia vai rabiscar na parede suas frases preferidas, sem se preocupar com a sujeira e com ter que limpar tudo quando sair do apê.
6) Porque acredita que guardar tudo de bom (ontens, hoje e promessas de amanhãs) dentro de uma caixinha pode ajudá-la.
7) Porque tem medo de esquecer as lembranças ou perder as esperanças só de fechar os olhos.
8) Porque tem medo de ficar sozinha.
9) Porque espera que tudo seja perfeito.
10) Porque, mesmo que nada dê certo, pode voltar pra casa.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Julie & Julia & me

Minha vida sempre foi rodeada de projetos. E a de quem não é, certo? Os meus projetos de ler mais livros, de emagrecer, de viajar, de não implicar com essa ou aquela pessoa, de me cobrar menos etc. Mas, muitas vezes, esses projetos viraram verdadeiras lendas e não chegaram a sair do plano dos sonhos. Ou seja, continuo acumulando sequencias enormes de vontades e desejos só porque não dá pra parar, do contrário serei atropelada pelas circunstâncias atuais (trabalho, casa, aula, casa, trabalho...).

E daí que um dia cheguei na firma e tinha um livro na minha mesa. Eu tinha pedido emprestado porque precisava ler algo mais "água-com-açúcar-pra-alegrar-a-existência". Abandonei as linhas de Paixão Segundo GH (que me assusta porque já na introdução Clarice me diz: "prefiro que este livro seja lido só por pessoas com a alma muito preparada". oi?) e embarquei no Julie & Julia - 365 Dias, 564 Receitas e 1 Cozinha Apertada, com Meryl Streep (adoro!) e Amy Adams na capa. Eu já tinha ouvido falar dele e no começo achei meio água-com-açúcar mesmo. Mas não era isso que eu precisava? Então vamos...



Julie é uma jovem secretária americana, perto dos 30 anos, frustrada no trabalho e pressionada para ter “um filho antes que seja tarde”. Depois de várias crises existenciais a la Elizabert Gilbert (de Comer, Rezar e Amar), descobriu que podia dar um rumo à sua vida (será?) se tivesse um foco, um projeto independente. Ela resolve encarar o desafio de fazer todas as mais de 500 receitas de um clássico livro da cozinheira americana Julia Child no prazo de um ano. E vai publicando tudo em um blog, vendo a audiência crescer à medida que usa palavras simples e diretas pra falar de culinária francesa + as dificuldades e crises da vida. Ela cozinha para provar que é capaz. Capaz do que? -- deve ser sua pergunta... Capaz de ir contra as expectativas que a família, as pessoas e ela mesma depositam nela mesma.


Tá tá. No começo achei que a coisa ia descambar pra conversa de mulherzinha, na cozinha, desossando pato, cozinhando a lagosta enquanto engrossa a crise com o marido e com a própria misantropia. Mas essa impressão passou na página 2. Fiquei supresa ao me ver devorando a história, relendo trechos e, até (!), indo pra cozinha e tentando dar uma de Julie pra mim mesma, com uma receita ótima que tenho anotada num papelzinho. Aliás, foi bem sofrido terminar de ler, porque fiquei pensando no dia de amanhã, sem ter mais um capítulo daquela beleza pra desbravar no ônibus a caminho da faculdade. Cativante...



E é claro que o livro me fez lembrar de antigos projetos nos quais nem chego a pensar mais por causa da correria dos últimos tempos - a correria feita junto com mais de 17 milhões de pessoas nessa cidade maluca para atingir expectativas e superá-las sempre. (Isso sem contar o medo danado de errar e ficar pra trás). E nem sobra tempo pra cuidar de mim, da minha vida e do coração, de visitar minha família, responder os emails da Anne com a atenção devida, comer direiro e entrar na academia de vez!


E a satisfação? Boa pergunta... O que importa é cruzar o meio campo, driblar os zagueiros e fazer o gol, sem tempo de correr pro abraço, entende? Mas não quero terminar esse post de um jeito triste, porque hoje é sexta e eu tô indo pra Londrina ver minha família. Eu acredito e quero sempre acreditar que existem projetos que dão certo, sim. Pra ficarmos ainda na cozinha, o projeto de Julie deu mais que certo e virou blog. O blog virou livro. O livro virou filme (coming soon e não vejo a hora - prontofalei).


Só que a pergunta que continua não querendo calar é: o que Julie tem que eu não tenho? Sorte? Destino iluminado? Sacrifício? Paciência? (respostas para ferreira.verena@gmail.com). Por enquanto, prefiro pensar que Julie nada mais fez que buscar uma satisfação pessoal, mesmo no meio do caos que reina em nossas vidas de vez em quando. É fácil falar, ficar reclamando da vida e não correr atrás do prejuízo, néam, Verena?!


Fica aí a dica. Quem quiser ler um trecho do livro pode fazer aqui.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Quando Laura não vê estrelas no céu, ela se desespera até o último fio de cabelo. Ontem mesmo, buscou uma estrelinha que fosse na sua janela gigante da sala e não achou. Pensou que fosse um sinal, um sinal de que não teria estrelas no dia de amanhão, depois e depois e na vida também.
De fato, estava assustada com mudanças em sua vida e a falta de estrelas no céu lhe dizia que, apesar de um dia bonito poder pintar amanhã, a insegurança existia e estava sublinhada de negro bem forte. Sentia falta de ser amada e elogiada sem nada em troca. De ver o sol brilhar forte e o arco-íris com 7 cores facilmente visíveis. Pesou a falta das pessoas mais próximas, de abraços calorosos e beijos sinceros, palavras de incentivo verdadeiras, de segurança nos sentimentos das pessoas, de pisar sem ser em ovos com casca fina. Pensou em falar besteira sem medo do que os outros vão pensar, não escolher palavras, não ter vergonha de uma música ou filme que gosta e de expressões de sua terrinha. Queria não viver limitada às paredes grossas da obrigação, ao sorriso forçado para agradar um ou outro, as convenções criadas por pessoas com medo. Desejou não ter que fechar os ouvidos para coisas erradas e não poder berrar quando vê algo errado achando que isso vá ajeitar as coisas.
Sim. Laura vivia no mundo da lua. E, quando saiu, reagia como outra pessoa qualquer: cegava para as atitudes consideradas "corretas" e perdia o tino para lidar com a realidade. Mas, como outro ser qualquer, voltava à luz depois de uma boa noite de sono.
Boa noite então...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

vale a pena

Todo mundo leva o blog pro twitter. Eu trago o twitter pro meu blog.
Se você gosta de poesia e romance em conta-gotas, pega essa:


"Paguei a chuva pra fazer serenata em sua janela"

twitter de Fabricio Carpinejar

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

makes my heart beat fast...




Eu não sei o que essa música fez comigo que não me sai da cabeça. Será que é porque ela me faz lembrar de amor, carinho, beijinho na bochecha, nariz com nariz, cheirinho do perfume das irmãs e do talco da vó e brigadeiro de colher da tia Zeila?

Pode ser, pode ser... Mas a versão do filme My Sister's Keeper é ainda melhor - aqui. Fica aí a dica.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009