domingo, 25 de setembro de 2011

em casa

chegar em casa é entrar num lugar em que eu posso ser entendida com um simples olhar.


além disso, gosto do cheiro de café que se põe no ar de manhã, sobe as escadas e, junto com o som do assobio da mãe, chega no quarto. o melhor jeito de acordar as narinas, o despertador-mor.


ao longo do dia, mato a saudade de tudo: a melhor comida, as melhores companhias e, de vez em quando, me escapo em uma visita à rua onde cresci: Franz Hesselman, 463 (nome difícil de soletrar ao pedir uma pizza), mas isso é segredo -- minha mãe pode achar que estou nostálgica por causa disso e daquilo... mas não estou, ok? é só a vida que, às vezes, pede uma parada para olhar para trás e tal.


à noite, nos reunimos para falar alto, reclamar dos vizinhos e uns dos outros, opinar sobre a vida alheia (que está sempre toda errada) e até brigar, como uma verdadeira família. é incrível como a gente é tão dono de verdades absolutas, às vezes. a gente ri muito também e se abraça além da conta, eu diria que até exageradamente. é onde posso falar e fazer o que quero, deixando de lado a etiqueta. a gente reza também. antes de almoçar e jantar, sempre. eu gosto de nossas tradições. e acredito nelas porque quero.


antes de dormir tem biscoitos e leite, mas não sem antes terminar a novela.


coisas que só se tem em casa.




chegar em casa é como abraçar a minha vó: dá um aconchego no peito, o franzido some da testa. você até pode ir embora (deixar de abraçar), mas logo já se põe a pensar em quando você encontrará um tempinho para a próxima volta, o abraço seguinte.


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